É um fato, muitas empresas que haviam adotado o home office estão retornando ao modelo presencial, ainda que sob “protesto” de seus funcionários. Talvez você seja uma profissional autônoma e, por isso, algo como “ah, o texto de hoje não é para mim...” possa estar, erroneamente, passando pela sua cabeça.
Seja você CLT, concursada, autônoma ou sem profissão, as reflexões que trago hoje são para todas(os).
Acredito que, semanalmente, me deparo com alguma matéria sobre o retorno gradativo do trabalho presencial. Normalmente, a matéria vem acompanhada de exemplos de grandes corporações que estão voltando aos escritórios, como: Amazon, General Motors, Google, JP Morgan, Meta – ex-facebook, Disney, Starbucks, dentre outras.
O que eu acho curioso é que tais reportagens, quando compartilhadas nas redes sociais, vêm acompanhadas de uma chuva de comentários: “É um absurdo esse retrocesso”, “ainda bem que minha empresa continua o trabalho remoto”, “penso que não existe resposta certa sobre o modelo mais adequado, pois depende do contexto”.
Tendo a concordar com a última opção, confesso. Mas, na real, o que eu penso pouca importa. Existe uma mensagem muito maior nesse pêndulo vai-volta do presencial-remoto: será que o poder de escolha está nas suas mãos? Pois é.
Sim, é totalmente coerente buscar ambientes de trabalho saudáveis e alinhados com o que valorizamos. Todavia, é óbvio que quanto mais criteriosas somos, menor o universo de possibilidades. “Ah, Carol, você tá falando então que preciso aceitar qualquer coisa?”. NÃO. Apenas estou sendo bem pragmática de dizer que, na vida real, nem sempre (ou seria nunca?) teremos tudo o que queremos.
“O nosso maior desafio pós pandemia, como diz o Ferreirinha, é que o paladar não retrocede. E quem experimentou home office dificilmente quer voltar ao presencial. (...)
A pandemia e o trabalho remoto foi ligar o plugue com a tomada, o encontro perfeito de um novo modelo conectado aos interesses dos trabalhadores dessa geração. A gente não pode negar que esse upgrade foi uma conquista.”
O trecho acima foi retirado de um excelente post da Mônica Magalhaes sobre o tema. Não poderia concordar mais. E é justamente aí que mora a armadilha ou a oportunidade. Você é quem decide. Como? Vamos lá...
Estar feliz no seu ambiente de trabalho é algo extremamente bem vindo e salutar. Mas o que as pessoas normalmente fazem quando estão nesse contexto? Acham que isso vai durar para sempre. Vale para o CLT, vale para o servidor, vale para o autônomo. O contexto muda (no exemplo deste texto, a volta ao presencial, mas tenho certeza que você consegue pensar em algo no seu meio também).
Eu acredito que devemos cuidar da nossa saúde física, mental e financeira se quisermos uma vida longeva de qualidade. Esses três pilares estão absolutamente interligados, contudo não temos o costume de encarar nossas finanças com o cuidado que ela merece.
Abaixo, um recorte de uma pesquisa bem recente, deste ano, sobre saúde mental no trabalho. Além de ter um grande impacto na nossa produtividade – o que por sua vez traz consequências na nossa carreira/remuneração -, o contexto do nosso ambiente de trabalho pode acarretar em pedidos de demissão (olha a problemática do presencial aí mais uma vez).
Volto a repetir: onde está o SEU poder de escolha? É claro que deveríamos ter uma profissão/emprego aderente aos nossos valores pessoais. Mas sejamos, mais uma vez, realistas: de onde virá o dinheiro para bancar essa eterna busca pelo ambiente profissional favorável? Quanto custa manter nossa saúde mental em dia?
Você pode e DEVE criar o seu próprio ambiente. Aos poucos. No seu ritmo. É uma construção que passa por uma série de escolhas, dentre elas, a escolha de cuidar da sua vida financeira.
Pensar nisso amanhã, tem sim um custo. E eu quero tangibilizá-lo abaixo para você:
O gráfico está em inglês (fico devendo uma versão traduzida... desculpa!), ainda assim, resolvi trazê-lo, pois traduz maravilhosamente bem o poder do tempo e como ele pode diminuir o seu esforço financeiro! Isso acontece porque na fórmula dos juros compostos, a única variável exponencial é o tempo1…
Veja, a Investidora 1 começou aos 25 anos investindo $5000/ano por 10 anos seguidos e parou de fazer novos aportes aos 35. Já o Investidor 2 começou aos 35 anos investindo $5000/ano por 30 anos seguidos até completar 65, ou seja, investiu 3x mais que a Investidora 1, porém depois. Lá na frente, aos 65 anos, quem será que tinha mais patrimônio? A Investidora 1...
Patrimônio não é constituído para ficar num salão sendo admirado. Pensar no longo prazo não é uma utopia e o gráfico acima deixa isso bem claro. É o seu patrimônio, bem como o seu custo de vida, que definirão sua autonomia financeira. Simmm, os rendimentos dos seus investimentos podem bancar o seu custo de vida ou, ao menos, uma parte dele. Também podem bancar sonhos, mudanças e vontades que você nem sabe que tem ainda! O quão bem vinda é essa liberdade, não é mesmo? Só que você precisa fazer a sua parte. Aí sim, o tempo poderá fazer a parte dele.
O melhor momento para construir a sua Independência Financeira é quando você ama o seu trabalho. O segundo melhor é quando você não gosta do seu trabalho. No ringue presencial X remoto, você pode ter o papel de juiz. Isso passa por um contexto de privilégios? Sem dúvida. Mas o que você tem feito com os privilégios que a vida lhe deu? Até a próxima! ;)
VF=VI.(1+J)T , onde VF é o Valor Final que você terá de patrimônio, VI o Valor Inicial investido, J a taxa de Juros e T o tempo que o dinheiro ficará aplicado.
Adorei a reflexão Carol!
Foi essa sensação de que eu podia sim ser dona do meu destino (e de como eu ia passar a semana) que me deu o gás pra segurar as vontades (e os gastos), e atingir a IF!