Consciência é liberdade
#31 Faça um inventário de suas obrigações (e aqui, nem falo de obrigações financeiras).
Hoje farei uma edição um pouco diferente. Meus últimos dias foram tomados por uma infinidade de compromissos distintos entre si. Festa de aniversário do meu filho, aprovação numa prova importante (“oi?” você deve estar pensando - em breve conto mais sobre isso), atendimentos das consultorias que realizo, minhas corridas matinais, encontros com as amigas, leitura de livros e até arrumação de armários. Rsrs
Poderia vir aqui e falar que estou muita atarefada e sem tempo. Mas não é verdade. Entendo que ficar “sem tempo” é algo que nos habituamos a dizer quando nossos compromissos são incluídos na nossa rotina sem a nossa vontade. Hoje, felizmente, esse não é o meu caso.
Há cerca de 3 anos fiz um exercício simples, mas que me atingiu em cheio: detalhei minha rotina e categorizei meus compromissos. Feito isso, precisei definir alguns valores pessoais importantes pra mim, bem como indicar uma cor para representá-los. Por fim, colori cada compromisso conforme a cor de cada valor pessoal. O resultado? Uma rotina (quase) nada colorida!
Corta a cena. Estamos em outubro de 2023 e pareço estar vivendo num arco-íris. Não… Não tô falando que é um conto de fadas. Mas olhar pra minha agenda/rotina e ver que cada coisa ali tem um significado pra mim, é indescritível. Não há como negar: a Independência Financeira traz uma capa mágica, uma espécie de super poder com o próprio tempo! Não seria esse o maior luxo de todos?
E a edição de hoje será justamente um pouco diferente porque vou compartilhar aqui um pequeno trecho do livro “Diário Estoico - 366 lições sobre sabedoria, perseverança e a arte de viver”. Além de apreciar os ensinamentos do estoicismo, vou poupar o meu próprio tempo transcrevendo uma mensagem que traduz perfeitamente porquê consciência é liberdade. E quem não quer liberdade com o próprio tempo, não é mesmo?
“É livre a pessoa que vive como deseja, nem compelida, nem atrapalhada, nem limitada. A pessoa cujas escolhas não são estorvadas, cujos desejos se realizam e que não cai naquilo que a repele. Quem deseja viver na mentira - iludido, enganado, indisciplinado, queixando-se, preso a uma rotina? Ninguém. São pessoas inferiores que não vivem como desejam; portanto, nenhuma pessoa vulgar é livre.” Epicteto, Discursos, 4.1.-3A
É triste considerar quanto tempo as pessoas gastam no curso de um dia fazendo coisas que elas “têm” de fazer - não obrigações com o trabalho ou a família, mas aquelas que aceitamos sem necessidade por vaidade ou ignorância. Considere as ações que empreendemos para impressionar ou os esforços que fazemos para satisfazer ânsias ou saciar desejos que nem sequer questionamos. Numa de suas famosas cartas, Sêneca observa a frequência com que pessoas poderosas eram escravas de seu dinheiro, de suas posições, de suas amantes, até de seus escravos. “Nenhuma escravidão é mais infame”, gracejou ele, “do que aquela autoimposta”.
Vemos essa escravidão o tempo todo - uma pessoa muito apegada que insiste em limpar a barra de um amigo problemático, um chefe que microgerencia seus empregados e se preocupa com cada centavo. As incontáveis causas, eventos e reuniões das quais não participamos por estarmos ocupados demais, mas que nos comprometemos mesmo assim.
Faça um inventário de suas obrigações. Quantas delas são autoimpostas? Quantas são mesmo necessárias? Você é tão livre quanto pensa?
(trecho retirado do Livro Diário Estoico)
Li, vi, ouvi e curti!
Li: aqui vou deixar a própria dica do livro citado na edição de hoje - “Diário Estoico - 366 lições sobre sabedoria, perseverança e a arte de viver”.
Vi: um vídeo de apenas 4 minutos que deveria estar presente no material didático de todas as escolas. Intitulado “Hapiness”, Steve Custs sintetiza com sabedoria a Corrida dos Ratos da nossa sociedade. Maravilhoso. Pesado. Lúdico. Assertivo. Essa breve animação consegue reunir todos esses adjetivos.
Ouvi: The Skill of Spending, do podcast ChooseFI. Um papo bem legal (em inglês) com o Mr. Money Mustache, um ícone do movimento FIRE. Confesso que não acompanho o trabalho dele, mas, obviamente, já me deparei muitas vezes com seus artigos (incluindo o mais famoso que popularizou a regra dos 4%). Gostei bastante do episódio, pois mostra como o movimento FIRE vem amadurecendo (spoiler: o que ele falou sobre o livro Die With Zero é a forma como eu penso também - alguém aí já leu? Se sim, o que achou?).
Pra finalizar, fica a reflexão: o que você precisa para ter uma rotina mais colorida? Até a próxima! ;)
Adorei a ideia de "colorir" os compromissos de acordo com os valores que representam =)