Sempre fui de pensar sobre o futuro, isso é um fato. Mas também já tive meus momentos de rebeldia de achar que só o “aqui e agora” importam. Me lembro como se fosse ontem da minha mãe falando “Carolinaaa, não esquece do filtro solar, quando você ficar mais velha vai se arrepender de pegar sol desse jeito”.
Eu, no auge da minha adolescência, simplesmente ignorava. Ou pior, respondia com toda propriedade: “Não vou passar!”.
Na juventude, a gente se sente invencível, não é mesmo? Não racionaliza o quanto é melhor prevenir do que remediar certas coisas. Minha mãe apelava até para o lado estético “vai ficar cheia de manchas”, dizia. E eu só pensava: “não tô nem aí se tiver um monte de manchas aos 40, o que eu sei é quero ficar bronzeada a-go-ra”.
Pois bem, ainda não cheguei aos 40, mas com certeza já estou cheia de manchas. Menos mal, sabemos que ficar estatelada no sol sem proteção é capaz de coisa bem pior.
Toda vez que lembro desses episódios envolvendo o filtro solar, penso em como o ser humano negligencia seu próprio futuro. Não percebe que viver mais e melhor não é (somente) uma sorte do acaso.
Existe uma frase ótima que diz:
“as pessoas não decidem seu futuro, elas decidem seus hábitos, e seus hábitos decidem seu futuro.” (Frederick Matthias Alexander)
Inclusive, essa frase foi citada no próximo episódio do Talvez Você Deva Falar Sobre Dinheiro que irá ao ar em 03/out (falaremos sobre Educação Financeira Infantil com a Maria Gurgel da Resguarde Educação - está imperdível). Mas voltando... sabe o que é curioso? Essa citação sobre a importância do hábito é de um ator australiano que desenvolveu uma técnica educacional para a correção de postura. Inusitado, não? Mais uma vez, um salve para minha mãe que vivia – ops, vive – corrigindo meus ombros curvados.
Talvez mães saibam das coisas... Ou talvez a gente só menospreze o poder da prevenção mesmo.
Saúde financeira, saúde física e saúde mental. Você irá precisar delas hoje, amanhã e sempre, se quiser uma vida longeva com qualidade. Sem dúvidas, falar de saúde financeira é onde me sinto mais confortável. É minha expertise. Porém me espanta ver como as pessoas ainda associam dinheiro à status, ganância, bens materiais para ostentação... Sim, dinheiro é capaz de proporcionar isso, caso queira. Mas eu dou significados bem diferentes para ele, como: autonomia, independência, segurança e liberdade (aham, segurança e liberdade podem conviver em harmonia).
O protetor solar? Custa dinheiro. A comida que alimenta? Custa dinheiro. A viagem que te deixa feliz? Custa dinheiro. O colchão que você dorme? Custa dinheiro. Ter dinheiro e não ter tempo? Desperdício de vida. Tudo que é bom custa dinheiro? NÃO. Mas é utopia acharmos que dinheiro assume um papel de coadjuvante na nossa vida.
É imperativo ter sabedoria para usar o tempo ao seu favor. Já falei sobre isso na edição passada, mas continuarei pregando a palavra. Aprenda a fazer o dinheiro trabalhar para você e reduza o esforço necessário lá na frente. Os juros compostos são o seu protetor solar.
Apenas para fins didáticos, suponha que você queira juntar R$ 1 milhão no prazo de 20 anos. Se você investir mensalmente R$ 1392,25 com uma taxa de juros nominal de 10.a.a. você atinge a sua meta. Mas o mais interessante é o seguinte: o valor que você investiu (aportado) totalizará R$ 334 mil. Ou seja, somente 33% virá do seu esforço. O restante dos R$ 666 mil terá sido proveniente dos juros! Isso mesmo, 67% foi o dinheiro trabalhando para você.
Lembrando que no exemplo acima utilizei uma taxa nominal (aquela que não desconta a inflação). É claro que em 20 anos a inflação inegavelmente fará com que esse R$ 1 milhão tenha um poder de compra menor no futuro. Mas esse é mais um motivo para investir! Caso contrário, você perde duplamente: tem o dinheiro corroído pela inflação e não faz o dinheiro gerar mais dinheiro para você.
Sei que esse papo pode parecer algo distante. Afinal, “sei lá o que vai ser de mim em 20 anos”. Se isso ocorreu aí, é possível que, ao pensar na sua saúde financeira, você ainda esteja presa num ato de rebeldia adolescente preocupada só com o bronze. Mas e a idade adulta? Chegará quando?
A partir desta edição, tentarei trazer 3 dicas de conteúdos que valem ser compartilhados com vocês! Acabo fazendo muito isso pelo Instagram de forma aleatória, mas sinto que aqui ficará melhor estruturado e sem aquele F.O.M.O. arquitetado propositalmente pela plataforma.
Li, vi, ouvi e curti.
Li: Eu deveria continuar falando sobre finanças? - post do blog Aposentada aos 30
Bem, esse não foi um post lido nesta quinzena, pois já faz um mês que o li. Mas não poderia perder a oportunidade de compartilhá-lo com vocês. Também já me questionei algumas vezes se deveria continuar falando sobre finanças pessoais (lá no início, principalmente). Os feedbacks dos conteúdos que gero e das consultorias realizadas me mostram que faz todo sentido continuar. Mas os argumentos trazidos pela Lilian, nesse excelente post, dão a real dimensão - com fatos e dados - do impacto positivo que um planejamento financeiro gera na vida das pessoas.
“até que ponto o ato de planejar financeiramente de fato impacta a acumulação de riqueza de um indivíduo? (...) E a resposta é que impacta muito. Os autores concluíram que os indivíduos que fazem planejamento financeiro acumulam três vezes mais riqueza do que aqueles que não o fazem.” Vale ler na íntegra! É bem capaz de pegar um gancho no post dela e fazer uma edição aqui sobre isso!
Vi: Como viver até os 100 anos, os segredos das zonas azuis, no Netflix.
As zonas azuis, também conhecidas como Blue Zones, já me fascinavam... Após assistir o documentário da Netflix recém-lançado sobre o tema, só sei de uma coisa: quero o emprego do Dan Buettner quando crescer!! Em 2010, Dan começou um projeto para investigar o “segredo” da vida longa. Encontrou lugares (as chamadas Zonas Azuis) onde havia uma população de centenários bem acima de média e começou a descobrir o que elas tinham em comum. No documentário, ele viaja o mundo passando por cinco Zonas Azuis e mostra que viver bem pode ser mais simples do que a gente imagina.
O maior aprendizado que tirei da série e que vale para sua Independência Financeira: é mais eficiente mudar o seu ambiente do que tentar mudar a sua mente. Eita que “só isso” já renderia uma edição da News todinha (meu estacionamento de ideias não tá dando contaaaa - kkkkrying)!!
Ouvi: episódio #09 - O que é qualidade de vida pra você? - do podcast Desenrola
O Desenrola conversa, majoritariamente, com a galera jovem (alowww, Geração Z!) e, exatamente por isso, gosto de escutá-lo (spoiler: você não precisa concordar com tudo para achar um conteúdo bacana! Pensamentos diferentes ampliam nossa visão de mundo). Achei esse bem interessante porque metade do episódio girou em torno de...hummm... algum palpite? Pois é, dinheiro! O mais legal é que as duas convidadas possuem estilos de vida completamenteeee distintos, o que torna o papo mais rico! Mas diferenças à parte, ele, o dindin, tá ali, sempre presente na conversa. “Então eu aprendi... para que me serve a grana? A grana serve para me tirar ansiedade.” Essa foi uma das falas citadas por Cristina Naumovs, que mandou a real abertamente: nos seus 40 anos, no auge da carreira como diretora na Editora Abril, foi demitida junto de outras centenas de pessoas. A questão? Não tinha um real guardado. Ué, mas o episódio não era para falar sobre qualidade de vida? Pois é... Falou em vida, o dinheiro tá ali! Cuidar da nossa saúde financeira está relacionada à nossa qualidade de vida! Quanto mais rápido entendermos isso, melhor!
Curtiram esse novo formato com indicações de conteúdos que podem auxiliar na sua jornada para Independência Financeira? Como de costume, a ideia aqui é ir além da parte matemática, afinal, nossas escolhas são as reais protagonistas da nossa saúde financeira!
Até a próxima! ;)
Oi Carol!
É uma rebeldia misturada com ingenuidade e falta de empatia pelo nosso eu do futuro!
Essa semana entrei num processo de nacionalidade europeia que vai demorar uns 3 anos para ser concluída. Quando comentei com meu marido que ia demorar mas faria mesmo assim, ele disse “quantas coisas a gente não poderia ter hoje, se tivéssemos começado um ano atrás né?!” E é sobre isso. Não existem atalhos na vida!
E que surpresa agradável ver a menção ao meu post no final 😃
Curiosa pra saber qual seria seu gancho a partir dele! Espero que venha em breve!